“Todos somos pecadores!”, foi o que ouvi.
“Não importa como você chegou aqui…”, foi o que sempre repeti.
Mas o que saía da minha boca não era coerente com aquilo que estava em meu coração. Se todos somos igualmente pecadores, não deveria haver distinção da minha parte em relação às pessoas. Se realmente não importa a minha condição atual, o quem não deveria determinar a quantidade de atenção a ser dedicada ao outro, quem amarei e servirei.
Isso não é amar, isso não é servir.
Assim enchi o meu peito e cada canto da minha boca e despejei sem medida naqueles que eu julgava precisarem ouvir. Em cada culto eu observava o que era dito, julgava as palavras que saiam da boca dos que estavam no púlpito naquele momento e, então, concluia que era uma palhaçada o que estavam fazendo, afinal, não é tão óbvia a incoerência? Aquilo que você está falando é incoerente com a verdade cravada em seu coração, de forma que o resultado das suas ações, ou seja, a prática na vida diária, não bate com o que você diz. Você fala de algo que não faz!
Ele me mostrou que sou como aqueles que aponto o dedo. Aqueles que aponto o dedo são iguais a mim.
Isso chega a ser cômico! Quando Jesus me mostrou um pedacinho da realidade em que eu estava inserida, em nenhum momento cogitei fazer parte do mesmo lote de farinha vencida. Afinal, somos todos pecadores, mas, cá entre nós, Jesus, eu não sou como eles!
Como que pode? Pior é o cego que não sabe que é cego e segue julgando a cegueira alheia e guiando outros para um caminho que nem ele mesmo conhece! Enxergar a realidade e não enxergar a si mesmo é uma vergonha. Parece até irônico enxergar o erro do outro e não enxergar o seu. Assim como os líderes do púlpito não conseguem enxergarem a si mesmos, eu não enxerguei o meu próprio rosto. Vejam só que piada.
Até o momento é isso. Eu realmente achei que me diferenciava.