REF/MT.19:16-30
O pai não entendeu bem a pergunta. Afinal, sim ele orou e sim, o time deles acabara de perder e é aí que estava a confusão, o filho já sabia dessas respostas. Assim, por óbvio, o pai imaginou que a pergunta era retórica e ficou em silêncio.
O estádio estava lotado, então levaram um bom tempo para chegar até o carro e diferente do que o pai imaginava, não foi uma caminhada silenciosa.
“Pai, eles não eram os favoritos?”… “Mas pais, o outro time não tinha bem menos torcida?”… “Eles ganharam quase todos os jogos, por que justo agora perderam?”… “Eles ficaram com medo depois de levar o gol né?”…
Eram tantas as perguntas e a frequência em que estavam vindo só permitiam ao pai responder com “uhum“, “sim“, “é“… O pai ainda perdido, sem entender qual a razão das perguntas sem o interesse de ouvir uma resposta pega o celular do bolso e faz de conta que precisava se concentrar para enviar uma mensagem.
#SOCORRO
O texto enviado para a esposa mostrava claramente o momento constrangedor. Nicolas parecia um policial apresentando provas para um suspeito com a intenção de tirar alguma informação que o mesmo não queria revelar. Ainda com a cabeça nas nuvens, andando no automático, de repente a mente volta ao som da pergunta repetida:
Mas a gente não orou?
Fim