REF/MT.11:28-29
Quando nos relacionamos com Deus, as respostas que damos a Ele deve ser algo claro e objetivo. É impossível enganar a Deus ou achar que podemos o enrolar. Ele sabe o que tem por trás dos meus “eu não sei”, “tenho medo”, “mas como?”. Ele sabe da minha fé que implora por uma garantia, por uma imagem na qual se agarrar.
É muito menos trabalhoso quando há honestidade em nossas respostas. Minha mentira me fez trilhar os últimos 21 anos de vida de forma inútil. Vivi até então na mornidão, no meio termo, no “eu não sei”. E, honestamente, nem ao menos fazer o que alimento em meu coração eu faço, e muito menos experimento a vida em abundância que Jesus prometeu a todos que nEle vivem. Vivo no “até onde posso ir para não pecar”, na busca de uma linha limite para que eu viva conforme a minha vontade mas sem escandalizar os demais a minha volta. Uma linha que me permite cometer “pecadinhos” e lavar a alma, pois afinal, não ultrapassei o limite. Vivo andando na borda, até o dia em que serei desequilibrada e a queda amassará todos os meus ossos. Caso sobreviva, não terei como falar que eu não sabia do risco que corria, pois eu sabia. Não há motivos para falar que não sabia das consequências, se a todo momento uma Voz me repreendia.
Ele veio com palavras duras expondo os meus porquês e o quão falsos eles são. Por graça escolheu me exortar, mas essa exortação veio da medida da minha desobediência. Sabendo o que hoje sei, e vendo o que hoje vejo, sou indesculpável de não fazer o que me foi ordenado. Sou indesculpável por, tendo a consciência, escolher viver para mim, como se o mundo girasse ao meu entorno, ignorando tudo ao meu redor. No ciclo de viver para mim, a vontade de Deus se revelou insignificante, assim como qualquer outra pessoa é para mim. A lógica não falha, da mesma forma que eu trato a Deus é a forma com que trato o meu próximo.
Eu não quero me aquietar, eu nunca fiz isso antes. Eu não quero sofrer pelo outro, qual o benefício que tenho nisso tudo? Me angustio em ter que abrir mão da minha vontade para que o outro possa conhecer a Jesus. É uma mensagem dura e que exige uma decisão firme, sem meio termo ou joguinhos com Deus. Eu também não sei o que é viver pelo outro ou sofrer pelo outro, até o dia de hoje só sofri por mim mesma, só chorei por mim mesma. O meu passado não é argumento, meus traumas não são argumentos, minhas dúvidas e conclusões também não são argumentos.
Deus trabalha na sinceridade, no “sim” e no “não”, no “quente” e no “frio”. Minha indecisão e mornidão trouxeram consequências para as pessoas ao meu redor e me impossibilitaram de viver algo de verdade, pois sempre vivi no falso “meio termo”. Aos que baterem na porta, Ele abrirá. Aos que pedirem, Ele dará conforme a necessidade de cada um. O ato de bater e pedir depende de uma decisão, e na vida é necessário tomar uma posição e permanecer firme nela. Só sabe para onde ir aquele que tem uma decisão tomada, mesmo que não a entenda de forma perfeita por agora. Sem uma decisão, qualquer oferta se parece ótima e atraente aos olhos.
Aos que vivem no morno, ainda há tempo de aprender a viver de verdade. Jesus nos ensina e não se cansa em explicar mil vezes as mesmas coisas, no entanto, Ele não é bobo e sabe quando estamos o enrolando. De qualquer forma, Ele está perto, ouvindo, vendo e cuidando de tudo. Com a decisão de obedecer por amor ao outro, somos capacitados para isso e tudo o que precisamos é concedido à medida em que crescemos em obediência. Se há uma garantia na qual podemos nos agarrar, essa garantia é Jesus. É olhando para Ele que chegamos onde pertencemos, um dia de cada vez, um movimento por vez, até que o novo jeito de viver se torne algo natural.